terça-feira, janeiro 03, 2006

sem falta...

Não adianta procurar.
Depois que você se foi, não ha mais um sinal sequer de sua passagem por esta casa. Nunca mais cada-coisa-em-seu-lugar, o sufoco que era ter de me lembrar de detalhes idiotas que só faziam afetar meu humor.
o alívio de poder ir trabalhar com a mesma calca de ontem - e dormir com ela também quando está frio demais pra tomar banho.
Somente agora percebo tudo o que você vinha fazendo com minha vida,
as suas exigências idiotas,
seu modo conservador de pensar,
alguns pops insuportáveis no aparelho de som - só substituídos por um disco de Mozart ou Legião no seu violão quando dormíamos brigados.
Outro dia, ao procurar uma conta, encontrei um cd seu debaixo da estante.
Fiz questão de ouvir, só pra poder saborear melhor minha liberdade.
Mas estava riscado; joguei fora.
Fiz tudo como manda a etiqueta das separações: de trocar a fechadura da porta a queimar as fotos e outros objetos pessoais seus.
Arranjei outro, fiquei só, sonhei...
Não, eu não te amo mais, nem te procuro em outras pessoas.
Sequer sinto sua falta aqui em casa.
Por isso, pode ficar tranqüilo.
E, quando você me perdoar, por favor me liga. sem falta