quarta-feira, novembro 22, 2006

"É sempre assim, você me ama e vai embora.Não tem dia, não tem hora pra você voltar"

Eu te digo "adeus"...
te olho nos olhos...te encaro de frente...
e juro: nunca mais volto atrás...
Passam-se os dias...um, dois...tres...
e aos poucos, já sinto a saudade incomodando..devagar...lenta...
Passam-se mais dias...e a saudade já me toma por inteira...
Já não durmo...já não vivo...tudo é você...
Então, como mulher intensa que sou...te desejo..
e no teu corpo me perco novamente...
sem amor...sem paixão...
Eu te uso...eu te possuo...
Você me deseja...me possui...
Depois se vai...deixando apenas um "até mais"...
e o teu cheiro e a saudade largados sobre a minha cama...



"Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha para mim, sorri. Quanto tempo dura? Faz pouco despencou uma estrela e fizemos, ao mesmo tempo e em silêncio, um pedido, dois pedidos. Pedi para saber tocá-lo. Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá me dizer: não. Há uma espécie de heroísmo então quando estendo o braço, alongo as mãos, abro os dedos e brota. Toco. Perto da minha a boca se entreabre lenta, úmida, cigarro, chiclete, conhaque, vermelha, os dentes se chocam, leve ruído, as línguas se misturam. Naufrago em tua boca, esqueço, mastigo tua saliva, afundo. Escuridão e umidade, calor rijo do teu corpo contra a minha coxa, calor rijo do meu corpo contra a tua coxa. Amanhã não sei, não sabemos." (Caio Fernando Abreu)