quinta-feira, julho 21, 2005

Do Caderno de Anotações

Não sei se já havia postado isso antes...

abriu a janela como quem abre os olhos
para dentro
era, então, simples:
que a paisagem se lhe apresentasse desolada
devastada, como a terra do poeta,
essência do que significa
ser - vítima e algoz de um mundo cruel e fatal.

abriu a janela, e os olhos,
à procura de um reflexo seu no mundo
e se viu cego de significados,
(porque toda a paisagem continha elementos
mas não era nada, não lhe sabia os nomes ou razão)
não reconhecia pessoas, objetos, cores
- e os sabia logo ali, fora da janela e exterior
a seu corpo e ser e existência.

cego, já não adiantaria fechar olhos
janelas frestas elos - não adiantaria
o vazio das coisas impregnara-o, tomando-lhe o ar,
o sangue, o peito
incutindo-lhe uma angústia
a se manifestar no desejo de enxergar
distinguir no mundo o que era ele, o que era paisagem
- se não eram nada
mas a janela fechou-se, antes expulsando-o de si mesmo.

terça-feira, julho 19, 2005

tolices de ser

"por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim/ doce ou atroz, manso ou feroz/ eu, caçador de mim....."

ser o que sou, por mais que doa, não deixa de ser interessante.
por mais que eu quisesse (e queira, muitas vezes), não saberia ser diferente.
por mais que a gente mude, parece haver uma essência, uma constância.. mesmo que esta constância seja justamente o fato de sermos inconstantes

segunda-feira, julho 18, 2005

Retorno....

Retorno....porque no Weblogger não dava mais....